quinta-feira, 20 de abril de 2017

Índios Kapinawá participam das comemorações do Dia do Índio na Escola Anália Simões


O Dia do Índio na escola municipal Anália Simões, da vila Guanumby, zona rural de Buíque, esse ano foi vivenciado com uma aula verdadeira aula prática desse povo que luta incansavelmente para manter viva as suas tradições, cultura e religiosidade. Durante todo o dia de ontem (19), índios da tribo Kapinawá interagiram com os alunos da escola e falaram dos seus costumes, suas tradições e as dificuldades que o povo indígena enfrente em todo o País nos dias de hoje. O projeto idealizado pelo professor Joseildo Ferreira, contou com o total apoio da direção da escola e dos colegas professores.


Durante toda a semana, os professores trabalharam a rica cultura indígena em sala de aula. Os alunos, além de aprenderem na teoria a história desse povo, também sentiram na pele a alegria, os anseios e os dramas vividos diariamente pelos índios do Brasil, através de encenações teatrais. Já os pequenos alunos do maternal até o 5º ano, demonstraram muito talento na confecção de objetos da cultura indígena, como arcos e flecha, pintura artística em objetos e instrumentos usados para a caça. Os objetos ficaram expostos do pátio da escola e foram apreciados pelos alunos dos ensinos fundamental e médio.

O ponto alto da culminância do projeto foi o bate papo dos índios com os alunos. Alguns confessaram que nunca tinham visto um índio de verdade pessoalmente e estavam encantados com a aula e principalmente com a cultura indígena.


Durante a conversa, o Cacique Robério fez um relato detalhado da cultura indígena no Brasil, relatando as lutas e as perseguições sofridas pelos índios desde que Cabral e os demais portugueses pisaram em terras brasileiras há 517 anos atrás. O Cacique lembrou das perseguições e atrocidades cometidas contra o seu povo ao longo desses cinco séculos. Outros temas que aguçaram a curiosidade dos alunos e foram esclarecidos pelos índios, tratava da religiosidade, como é feito para a escolha do Cacique, do Pajé e das lideranças, e como acontece a cerimônia de casamento na cultura indígena.  


Depois de uma verdadeira aula de cultura indígena, professores e alunos se juntaram aos índios para dançar ritmos típicos da tribo, numa grande confraternização e agradecimento por um dia tão rico de aprendizado. O Cacique Robério convidou alunos e professores para visitarem e conhecerem a aldeia Kapinawá.

“Dia do Índio sendo comemorado da melhor forma possível. Lembrando que todo Dia do Índio. Agradeço a Escola Amália Simões pelo respeito e apoio dado ao nosso projeto indígena. Como culminância recebemos a visita dos povos indígenas Kapinawá em nossa escola, que foram representados pelo Cacique Robério, pelas lideranças indígenas e pelo grupo dos jovens indígenas dessa aldeia que está localizada entre os município de Buíque, tupanatinga e Ibimirim. Tivemos a honra e o prazer de apresentar as homenagens, produções e pesquisas produzidas pelos alunos sobre as culturas indígenas aos próprios índios. Tivemos hoje aqui, a oportunidade de aprender sobre a história, luta e resistência indígenas com os próprios índios” disse o professor Joseildo, que acrescentou.

“Ouvimos palestras relacionadas ao território, cultura, saúde, luta, vida, costumes, tradições, juventude indígenas e os desafios da atualidade. Foi quebrada o estereótipo do que é ser índio, uma visão ingênua e atemporal criada historicamente. Agradeço a todos os envolvidos nesse projeto: liderança indígena, prefeitura, secretária de educação, direção, coordenação, colegas professores, agente administrativos, serviços gerais. Sem vossas parcerias esse grande projeto não teria o SUCESSO que teve. Essa é a escola que defendemos! Uma escola viva e ativa, que valoriza e trabalha com a comunidade”, finalizou o professor.


Já a gestora da escola Vivianny Patricy, não escondeu a alegria e nem a satisfação em ver a participação e o engajamento dos alunos no projeto, a presença dos índios Kapinawá na escola, e a dedicação dos da equipe gestora, dos demais funcionários, e principalmente dos professores, que não mediram esforços para que o projeto acontecesse com esse brilhantismo. Para a gestora, educação não se faz apenas com alunos na sala de aula, mas também com projetos e aulas práticas.

“Todos nós que fazemos a Escola Anália Simões estamos de parabéns pelo sucesso desse, e de vários outros projetos que já aconteceram aqui nesse primeiro semestre. Tudo isso só é possível porque temos funcionários dedicados, uma equipe de professores excelentes e o apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Educação. Quero agradecer a todos que deram a sua contribuição para o sucesso do projeto. Ao professor Joseildo pelo ótimo profissional que ele é e pela dedicado que tem, aos demais professores e funcionários, e ao secretário de educação Eronildo Lopes e o prefeito Arquimedes pelo apoio nos projetos da nossa escola”, disse a gestora. 














Um comentário:

  1. Muito bom. É uma pena que as pessoas não saibam que não se trata mais tribo indígena e sim etnia ou povo indígena.

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