Revoltados com a notícia de que o
projeto original de pavimentação da estrada que liga a cidade de Buíque a vila
do Catimbau havia sofrido alteração, e o desvio passaria a ser em um local
diferente do previsto no projeto anterior, os moradores que têm propriedades as
margens da estrada naquela localidade decidiram protestar interditando a PE –
270, próximo à entrada do Catimbau. Os manifestantes atearam fogo em pneus e
troncos de árvores, bloqueando a passagem de veículos e causando transtornos
aos pessoas que precisavam usar a pista para chegarem ao local de trabalho.
“Estamos protestando porque estão
querendo desviar a pista pelo terreno de um fazendeiro. Eu tenho 63 anos de
idade. Eu era criança quando começaram a falar nessa pista, e na hora que sai o
benefício da gente eles querem desviam. O que pedimos é que a estrada passe por
aqui, por onde foi originalmente projetada”, explica Enoque Bezerra, um dos
líderes da manifestação. Segundo ele, os moradores não foram consultados ou
sequer informados das mudanças na obra.
A manifestação chamou a atenção
da polícia militar, políticos, representante do governo municipal e populares. Em
conversa com as autoridades, os manifestantes exigiram a presença do prefeito
Arquimedes Valença, do vereador André de Toinho, proprietário das terras por
onde passaria a estrada no novo projeto, e do engenheiro responsável pela obra,
com a promessa de entrarem no acordo e encerrarem a manifestação.
Decidido a esclarecer os fatos, o
vereador André de Toinho encarou os manifestantes e deu a sua versão dos fatos.
Segundo ele, houve uma reunião com alguns dos engenheiros e foi solicitado a
sua autorização para que a obra passasse pelo seu terreno. Ainda segundo o
vereador, foi garantido a ele que haveria uma reunião com os moradores da
localidade, para que juntos chegassem em um acordo que beneficiasse todas as
partes envolvidas. Visivelmente irritado, o vereador resolveu colocar um ponto
final no assunto, proibindo qualquer ação do governo em sua propriedade.
“Dentro da minha propriedade, nem
prefeitura e nem o governo manda. Quero dizer que lá não passa mais asfalto nenhum.
Agora não tem mais pedido de firma e nem pedido de governo. Lá no meu terreno
não passa mais a pista”, garantiu André.
Quem também atendeu o pedido dos
manifestantes foi até o local, foi o prefeito Arquimedes. O chefe do executivo municipal
esclareceu que as obras não são executadas pelo município, mas, como gestor,
iria dialogar com o Estado e buscar uma solução de comum acordo entre as partes
envolvidas na polêmica.
Depois de quase três horas de
protesto, pista interditada e a declaração do vereador André de que não permitiria
mais a obra em seu terreno, ficou decidido que a obra segue o projeto original,
sem nenhuma mudança.
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